"Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno" II Corintios 4:18

terça-feira, 17 de março de 2009

Para você que ainda tem chance

Deixe-me contar uma pequena história e, antes de mais nada, quero dizer que ela é triste, pois não há razão para que houvesse alegria. Infelizmente, só fui descobrir isso agora, e descobri também que o tempo no qual eu podia sorrir já se findou.

Mas, eu sempre me achei tão feliz! Vivia em evidência, tinha opinião, falava com desenvoltura. Hoje, eu sei que minha vida foi uma guerra. Aquilo em que eu queria acreditar contra aquela verdade indestrutível, que há milênios permanece inabalável e que eu tentava com todas as minhas forças, ignorá-La.

Que verdade era essa? – me pergunta o ouvinte mais curioso. Era Deus. Incrível eu perder vida inteira sem entender isso. Ainda mais eu, exemplar em tudo o que fazia, esforçado na escola, invejado pela minha posição de prestígio, profissão com uma maravilhosa remuneração e... Nossa! Foi por isso: pra que alguém tão capaz, auto-suficiente precisaria de Deus? A minha razão me guiava e eu fazia meu próprio caminho, confiante, orgulhoso, independente, podia dirigir minha vida do jeito que eu quisesse.

Sim, eu ia à Igreja. Nunca tive vergonha de ser crente: falava, evangelizava, ensinava e ajudava meus amigos. Mantinha minhas opiniões e, dificilmente, admitia estar errado. E tal como o veneno de Hagar e o da serpente, perguntava-me: por que todos obedecem sem questionar? Por que realmente se calam e cumprem com mandamentos que talvez existam apenas por alguns erros de interpretação? Como os anjos passavam a eternidade cantando uma música que só diz “Santo, santo, santo”? Eu faço músicas mais criativas.

E, desse modo, os anos foram passando, a minha racionalidade transformava-se em loucura e já não conseguia voltar ao início, para tentar acabar com a minha angústia. Foi então, que meus olhos se abriram para um novo tipo de visão. Era como uma corrida, com dois times, todos os integrantes do time tinham que correr.

Ri-me ao ver o time adversário: todos eles, grandes ou pequenos, jovens ou velhos, corriam carregando uma espécie de cruz nas costas e cantavam a uma só voz: “Santo, santo, santo”. Eles nunca me ultrapassariam. Porém, logo percebi que eles se distanciavam e eu não podia mais alcançá-los. Daquele time, saíram algumas pessoas e vieram em minha direção. Oravam, não sei, estendiam-me a mão, com os olhos embotados de lágrimas tentavam me levar com eles. Repeli-os brutalmente. Eu conseguiria sozinho. Afastaram-se. Olhei para o meu time em desordem geral, atropelavam-se, corriam em todas as direções, uns pararam e se puseram apenas a chorar e a se lamentar. Eu não lhes entendia a reação, pois eles se supunham derrotados. Talvez, não tivessem a determinação que eu possuía.

Veio a fadiga, minhas pernas vacilaram, ata que caí exausto, com minhas forças exauridas fui ter com o rosto em terra. Olhei ao longe e vi todas aquelas pessoas do outro time, comemorando junto à linha de chegada. Não pareciam correr, pareciam serem carregadas. Continuei a contemplar e os vi terminarem o percurso. Então, vi um Homem, em trajes brancos como a neve, e parecia pôr algo sobre aquelas pessoas, algo com a cor viva do ouro: eram coroas. Puseram-se em marcha, em júbilo, e meus olhos não discerniam se eles iam para frente ou para cima em direção aos céus. Ao contrário das falhas na minha visão, minha audição parecia estar em perfeito estado, pois eu os ouvia cantar “Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, toda terra está cheia da Sua glória” como se estivessem ao meu lado, e o som das trombetas retinia nos meus ouvidos.

Por que não estava eu entre os vencedores? Por que rejeitei o convite dos santos? Por que lutei contra a verdade perdendo o direito à coroa? Agora é hora de corrigir o que falei no começo. Sim, eu me enganei, existe um jeito dessa história ser feliz: você só precisa estar no time certo. Não se prenda à razão humana (que é limitada, ínfima) nem tente lutar contra a verdade: “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

Um comentário:

  1. Muito bom o texto...por vezes luto contra minha razão pedindo a revelação de Deus na minha vida!!!

    essa é a questão: razão humana X revelação Divina

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